O sol ainda mal rompe o horizonte quando o canto da jandaia anuncia o dia. É nesse espírito de amanhecer que a editora e livraria Risque e Rabisque, em Caucaia, abre espaço para que mulheres do interior do Ceará façam ecoar suas palavras. A chamada pública para a coletânea Amanhecendo com o Canto da Jandaia – Literaturas de Mulheres do Ceará convida autoras a inscreverem seus textos e, assim, inscreverem também suas histórias na memória literária do estado. As inscrições seguem até 2 de janeiro.
Inscreva-se aqui: https://forms.gle/n5Mww6PDB68sdQWMA
Mais que um edital, trata-se de um gesto político e poético: reunir vozes que muitas vezes permanecem silenciadas, seja pela distância geográfica, seja pelas barreiras sociais. O projeto “Confluências da Palavra”, apoiado pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult-CE), prevê duas coletâneas que irão costurar poemas, contos e prosas curtas de até 15 autoras por edição.
Vozes que vêm da margem
Podem participar mulheres cis e trans residentes no interior do Ceará, com até duas publicações anteriores. A seleção dará prioridade a quem carrega marcas de resistência: autoras negras, indígenas, pessoas com deficiência, moradoras de zonas rurais e periféricas. Cada texto será avaliado por professores e escritores cearenses, atentos à qualidade literária, mas também à diversidade de vozes que compõem o mosaico cultural do estado.
Literatura como território
As escolhidas terão seus escritos impressos em uma edição de 100 exemplares, distribuídos gratuitamente em bibliotecas públicas e comunitárias. Receberão dois exemplares e estarão presentes no lançamento oficial, marcado para 5 de março de 2026, na sede da Risque e Rabisque. Mais que livros, serão sementes espalhadas pelo território, reafirmando que literatura também é chão, raiz e resistência.
Um canto que se multiplica
Com Amanhecendo com o Canto da Jandaia, a Risque e Rabisque reafirma seu compromisso com a democratização da palavra. A coletânea não é apenas um livro: é um espaço de encontro, onde o canto das mulheres do Ceará se transforma em literatura, memória e futuro.


