Se você está em busca de uma leitura impactante para refletir sobre o Dia da Consciência Negra, aqui vai uma dica poderosa: a adaptação em HQ de Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, publicada pela Editora Ática.
Com roteiro de Triscila Oliveira, ilustrações de Preta Ilustra e artes finais de Hely de Brito e Emanuelly Araujo, a obra transf/orma o diário da escritora em uma narrativa visual envolvente, acessível e profundamente tocante. Vencedora do Troféu HQMIX na categoria de melhor adaptação para quadrinhos, a HQ é uma porta de entrada para temas como racismo estrutural, pobreza, violência urbana e desigualdade social — tudo isso com uma linguagem que dialoga diretamente com jovens leitores.
Mais do que uma releitura, é uma ferramenta pedagógica potente. Ideal para ser trabalhada em sala de aula ou lida em casa, a obra amplia o repertório dos estudantes e promove reflexões urgentes sobre a realidade brasileira. Uma leitura que emociona, ensina e transforma.
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Por que o 20 de novembro importa
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, homenageia Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo da história do Brasil e símbolo da resistência negra. Zumbi foi assassinado em 1695 por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho — e, ainda hoje, sua história é pouco conhecida por grande parte da população.
Apesar de o feriado ter sido oficializado em 2011, o legado de Palmares continua com pouco espaço nas salas de aula. A falta de registros históricos é um fator, mas o racismo estrutural também contribui para o apagamento dessas narrativas.
Educação e representatividade: um desafio em curso
Mesmo com a Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, a prática ainda está longe do ideal. Um estudo de 2023, feito pelo Geledés Instituto da Mulher Negra e pelo Instituto Alana, mostrou que 71% das secretarias municipais de educação adotam poucas ou nenhuma ação voltada ao debate racial.
Para Laura Vecchioli do Prado, coordenadora de literatura da SOMOS Educação, os livros têm o poder de revelar o que está diante de nós — inclusive as desigualdades que muitos jovens vivem, mas ainda não conseguem nomear.
“Quando apresentamos obras que abordam questões raciais, abrimos espaço para reconhecer preconceitos, refletir sobre eles e desenvolver uma consciência crítica”.
Laura Vecchioli do Prado
+ A área de Literatura da SOMOS Educação, que reúne mais de 1,6 mil títulos de autores nacionais e estrangeiros, tem investido em obras que aproximam os estudantes dessas discussões. Entre seus selos estão Ática, Atual, Caramelo, Formato, Saraiva e Scipione. A iniciativa também é responsável pelo portal Coletivo Leitor, que promove o valor da leitura desde a infância e estimula o desenvolvimento da criatividade e da empatia. Acesse o portal: https://www.coletivoleitor.com.br/


